VIVA A ABÓBORA ! VIVA DONA CLEMÊNCIA !!

Doce de abóbora, purê de abóbora, abóbora com quiabo, sopa de abóbora, cabeca de abóbora para o Dia das Bruxas... A gente sabe que falando em abóbora isto é tudo o que você pensa, nao é? Pois você está redondamente enganada (e com muito orgulho, melhor que ser quadrada)! 

A roca de D. Clemência (foto à dir. /antes) dá de tudo: hortalicas, frutas, criacoes e muita, muita abóbora! Que ela chegava a dar (porque tinha demais), mas ela também dava (e continua), porque gostava!

A grande idéia de utilizar suas abóboras de forma mais útil surgiu quando ela estava se preparando para uma grande quermece. Ela, o marido e seus 10 filhos estavam todos luxando na chita quando pararam para se olhar no espelho: seus cabelos estavam parecendo uma palha. "Chequei a pensar em usar os shampoos à base de celeri que eu vi na Fofa de julho, mas custam caro demais e nao tenho este legume em minha roca", conta D. Clemência. Entao, teve uma idéia: por que nao usar suas abóboras? Lá foi a família numerosa colher os preciosos legumes. "Eu fiz uma pasta, misturei banha de galinha, gema de ovo e passamos nos cabelos. 

O efeito foi instantâneo (acima, D. Clemência depois do tratamento), parecia que tínhamos acabado de sair do salao!" Nem é preciso dizer que o sucesso na quermece foi total: todos queriam saber que tróco era aquele.

No dia seguinte a vizinhamca foi bater lá. "Todos queriam saber qual era o milagre. Entao, ao invés de dar a receita eu apanhei as encomendas. E parei de dar... as abóboras, porque dar eu continuo dando", sorri. 

                                         

Os 10 filhos sairam da escola para ajudar na producao; o marido pediu demissao da prefeitura, onde trabalhava como contínuo, e colocaram a mao na massa. Melhor, na abóbora. Eles recolhiam potes de conservas no lixo, enchiam com o conscentrado e vendiam sob encomenda. Cabelo de palha passou a ser coisa do passado. Como mostram as fotos de Justina Justa, mulher do prefeito local. Ela usou o conscentrado de D. Clemência e ficou irreconhecível!

"Só que, nao tardou, a gente teve de abrir uma portinha para atender a clientela, todos com os cabelos mais sêcos imagináveis!" diz D. Clemência, orgulhosa, já que seus cabelos agora brilham e cheiram que é um tróco! "Chegamos a receber uma proposta da Gan Suh Emp., querendo comprar minha invencao, mas eu nao cedi. Detesto aquele cara. Sua invencao é um disparate! Imagina, vender galinhas e alcapoes para impedir as pessoas de darem... Um horor!"

Reportagem de Jakinha Madureira